terça-feira, 12 de outubro de 2010

O NATIVO

Nativo não se desfaz em ouro,
Cobiça minha carne, em puro desosso.
Na morte encontro o pai de todos os destinos,
Filho dos relógios encabeçados pelos homens
Nada não existe e tudo é mentira.

Avermelha-se minha alma,
Condessa meu pecado,
Provoca meus sentidos
Então, me atrai na melodia do grito sem fim,
Pois eu sou o mal intrínseco à leveza.

Agora eu te peço:
Repudie minha penumbra,
Porém ame minha libido,
Cativa minhas pernas
E me faz caminhar sobre as águas do seu pesadelo.

Grandiosa seja a trombeta que lhe vale no céu,
Constelando a desgraça do nobre réu da alfândega
Que corrupto e sujo sobressai a serpente
Nativo não se desfaz em ouro.

Nativo não se desfaz em ouro,
Mas prostitui a virilidade.




Por João Paulo Feliciano