quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Mr. Capitalism - The New Super-Hero


Foi-se o tempo em que as crianças ainda ficavam ansiosas para brincar na rua após a escola, ou então visitar a casa de um amigo, e outras coisas simples que as proporcionava felicidade pura.

Uma vez instituído o sistema Liberal, nos dias atuais tudo se tornou muito mecânico, as relações, a maneira de se comunicar e educar. Dentro deste contexto, destaca-se a educação infantil agora por muitas vezes encontrada na TV. Os pais sempre muito ocupados, com jornadas de trabalho que giram em torno de oito horas por dia, como não podem cuidar dos filhos, então, acabam os deixando em casa na presença de uma doméstica que tem a função de alimentá-los; no mais as crianças ficam em frente à TV, ou internet, contudo, a primeira é mais frequente e influente pois ataca diretamente, sem chance de escolha da ‘presa’.

E é aí onde ocorre a “Analfabetização Capitalista”, processo pelo qual se atrofia a parte do cérebro mirim responsável pelo desenvolvimento criativo e lúdico. As consequências são terríveis, indivíduos cada vez mais individualistas e violentos, capazes de desacatar todos ao seu redor.

E tudo isso provém dos tipos de programas que são exibidos. E os desenhos têm sido os que mais agravam os sintomas, já que jamais houve tanta exploração e vendagem de super-heróis.

Desde a TV ao Cinema, a imagem de personagens com super-poderes fazem sucesso, e vendem muito, seja nos produtos que levam suas caricaturas, ou marcas, bem como jogos, materiais escolares, e etc. E essa dominação geral do mercado só complica o que propõe discutir-se com esse artigo: a criação de estereótipos pelos desenhos animados.

Valores Estabelecidos

O principal enredo dos desenhos de super-aventura dos tempos atuais reforçam a questão do mal e do bem, e com isso enaltecem cada vez mais a relação de hierarquias que permeia o sistema Capitalista. Ou seja, sempre tem que haver um vencedor, uma competição (ou batalha), um personagem que se sobressai sobre os demais, tudo isso para fixar em quem assiste esse tipo de material com essa ideologia, o espírito da individualidade e da autonomia.

Além disso, esse tipo de desenho também estabelece vários padrões de beleza, pelo menos no que diz respeito aos corpos esculturais dos mocinhos e as formas horrendas dos vilões. Logo, o que é feio é ruim e mal, e o que é bonito é bom e do bem.
Até quando essa fábrica suja de produção de indivíduos mais sujos ainda vai continuar? E o que você está fazendo para não deixar que o seu filho, ou irmão, primo, se torne mais um servo do Mr. Capitalism?

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

"Paranóia High-Tech"


"Paranóia high-tech é síndrome
Contagioso manipulador!
Antiga batalha, o homem e seu pavor,
Nocivo se paralisa!"

(PITTY, Medo, faixa três de Chiaroscuro - 2009)

O pequeno fragmento retirado da música referida acima, instiga refletir sobre o quão vulnerável o homem é no meio que ele mesmo cria, aonde torna-se alvo das armadilhas tecnológicas acopladas nos produtos consumidos; esses gerados pelo Capitalismo.

E ressalta-se que, a medida com a qual o indivíduo vai percebendo o mundo, ele explicita seus sentidos, e consequentemente aprimora sua comunicação.

Partindo disso, da mesma forma que o ser humano evolui, as ferramentas comunicativas e/ou midiáticas seguem o mesmo caminho. Contudo, cabe questionar se a tecnologia tenta suprir os anseios do homem, ou esse tem que despender cada vez mais conhecimento, para alcançá-la.

E se faz necessário ser compreendido que com o advento dos novos produtos, sempre mais high-tech e a nova configuração social consumista, a qualidade de tais produtos torna-se inversamente proporcional a velocidade com a qual eles se sofisticam.


Foto: http://ocomprimido.tdvproducoes.com/wp-content/uploads/2008/03/manipulacao.jpg

(Foto modificada em 17 de Setembro de 2010, por João Paulo Feliciano, transformação das cores para preto e branco)